Nós, os europeus, andavamos todos entusiasmados com as eleições nos Estados Unidos, pela diversão que traziam aos talk shows televisivos e aos comentários de todos os paineleiros entendidos. 
Diversão pelas tiradas humoristico-trágicas do e à volta do Donald Trump e com a certeza da vitória da nossa candidata Hillary Clinton, a candidata favorita de todo o mundo livre, e só quando a punch line da piada nos atingiu em cheio é que demos por ela.
As pessoas estão cansadas e fartas dos políticos de carreira, das suas ligações à banca e dos escândalos de corrupção. E a Senhora Democracia encarregou-se de nos pregar (mais) uma partida.


Daí os votos e decisões contrárias às melhores estimativas da "minoria culta" (ou o que lhe queiram chamar), daí as vitórias inesperadas do Donald Trump, do Brexit, do Syriza, o realce das votações nos Ciudadanos, o próprio ascendente do Bloco de Esquerda, entre muitos outros exemplos. 
E daí as vitórias de todos os outros que se lhe seguirão, de Le Pen (já esteve quase) e afins.
Não coloco toda esta gente no mesmo saco, nem muito menos os seus méritos ou deméritos, apenas noto que é claramente óbvio que o povo prefere agora votar nas alternativas do que votar em mais do mesmo.
Onde isso nos vai conduzir é o que estaremos cá para ver. 
O nosso mundinho europeu, outrora seguro e confortável, está em mudança uniformemente acelerada. Infelizmente, a história ensina-nos que a seguir a tempos de depressão e de tumultos sociais chegam os extremistas e as guerras, só espero que tenhamos aprendido entretanto alguma parte da lição, pelo bem do filho pequeno que tenho em casa. Embora tema que não.

Adivinham-se tempos de Trumpa. Esperemos que o senhor Donaldo e os ditos republicanos saibam estar à altura do cargo.


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